UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO UM CENTRO DE PARTO NORMAL PARA SANTO AMARO DA IMPERATRIZ JÉSSICA MARIOTI BORGES LAGUNA - SC, 2016 JÉSSICA MARIOTI BORGES UM CENTRO DE PARTO NORMAL PARA SANTO AMARO DA IMPERATRIZ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Educação Superior da Região Sul da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Msc. Jader Afonso Savi Mondo LAGUNA - SC 2016 JÉSSICA MARIOTI BORGES UM CENTRO DE PARTO NORMAL PARA SANTO AMARO DA IMPERATRIZ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Educação Superior da Região Sul da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Banca examinadora Orientador: _________________________________________ Prof. Msc. Jader Afonso Savi Mondo Universidade do Estado de Santa Catarina Membro: _________________________________________ Titulação, Nome IES de origem Membro: ________________________________________ Titulação, Nome IES de origem Laguna, 14/06/2016 AGRADECIMENTOS Ao escrever esse texto, lembro-me de todos que contribuíram até aqui. Quero agradecer primeiramente aos meus pais, que com amor e liberdade me deixaram livre para fazer minhas escolhas, e com compreensão acreditaram e oportunizaram tudo na minha vida. São eles os responsáveis pelo meu caráter através da educação que me deram. Lembro-me de minha mãe, quando eu era criança, me orientando a sempre buscar independência e presar pela minha liberdade enquanto mulher. A vocês só tenho a agradecer e dizer que amo muito vocês. Agradeço ao meu irmão Lucas, por todo o carinho e amizade que me proporciona, junto a momentos de alegrias e aprendizados. Agradeço ao meu amigo e companheiro Dalton, por apoiar meus sonhos, pelo grande esforço de tornar meus dias melhores e por as incontáveis ajudas durante todo esse tempo, muito obrigada, e guardo com carinho todos os nossos momentos. Agradeço a Tia Fatima, por me receber de braços abertos em sua casa como filha, e pela pessoa maravilhosa e solidária que és obrigada tia, lembrarei sempre do seu apoio. Agradeço a minha prima Lyandra, por todo o carinho e apoio que temos uma pela outra. Aos grandes amigos que a arquitetura me presenteou, Paulo e Fabiano, por toda compreensão e paciência, por cuidarem de mim durante esses três anos, por contribuírem de todas as formas nesta jornada e por dividir comigo esses anos, o meu sincero obrigado. Raquel, minha amiga, muito obrigada pelas inúmeras ajudas, por compartilhares comigo bons momentos e pela nossa cumplicidade. Agradeço aos professores da arquitetura, em especial ao meu orientador, Jader, que contribuiu muito neste trabalho, assim como com a minha vivência com a arquitetura e que se tornou também um amigo. Agradeço, por fim, a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, na minha jornada. RESUMO BORGES, Jéssica Marioti. Um centro de parto normal para Santo Amaro da Imperatriz. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Arquitetura e Urbanismo). Universidade do Estado de Santa Catarina. Laguna, 2016. O trabalho se propõe a elaborar diretrizes projetuais para um novo Centro de Parto Normal (CPN) no município de Santo Amaro da Imperatriz, de maneira que ele responda arquitetonicamente os requisitos necessários para seu funcionamento, sendo a base na construção de um partido arquitetônico para o Trabalho de Conclusão de Curso II. Para isso, foi analisada a forma, composição arquitetônica de Centros de Saúde, condicionantes, programas legais, contextuais e as condicionantes necessárias para criação de um programa de necessidades e fluxograma. Foram estudados e analisados materiais e sistemas construtivos que respondem mais adequadamente aos requisitos de projeto. Para a realização das diretrizes do Centro, foi realizada uma pesquisa sobre a necessidade de implantação de um Centro de Saúde na região da Grande Florianópolis com base em dados do Ministério Público da saúde. Além disso, foram consultadas as normas e leis do município de Santo Amaro da Imperatriz. As diretrizes foram elaboradas de maneira que respondam arquitetonicamente os requisitos necessários para seu funcionamento, são elas: implantação, acessibilidade (como a NBR 9050), estrutura e outras necessidades. Palavras-chave: Centro de Parto Normal. Arquitetura. Santo Amaro da Imperatriz. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 1.1 TEMA .................................................................................................................... 7 1.2 PROBLEMA .......................................................................................................... 7 1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ......................................................................... 7 1.4 OBJETIVOS .......................................................................................................... 8 1.4.1 Objetivo geral .................................................................................................. 8 1.4.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 9 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 9 2 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................. 10 2.1 O NASCIMENTO NA HISTÓRIA ......................................................................... 10 2.2 O PLANO CEGONHA E A REGIÃO DE FLORIANÓPOLIS ................................ 11 2.3 RECOMENDAÇÕES DE PROJETO ................................................................... 15 3 ESTUDOS CORRELATOS .................................................................................... 15 3.1 HOSPITAL SARA KUBITSCHEK ........................................................................ 16 3.2 HOSPITAL INFANTIL DE ZURIQUE ................................................................... 23 3.3 CENTRO DE SAÚDE PROGRÉS-RAVAL BADALONA ...................................... 31 3.4 SÍNTESE DA ANÁLISE DE CORRELATOS ....................................................... 36 4 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA ÁREA ............................................................ 39 4.1 O MUNICÍPIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ ........................................ 38 4.2 O ENTORNO ....................................................................................................... 39 4.3 O TERRENO ....................................................................................................... 45 4.4 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA ................................................................................... 46 4.5 LEGISLAÇÃO ...................................................................................................... 48 4.6 CONFORTO ACÚSTICO .................................................................................... 49 4.7 RESOLUÇÃO REGULAMENTADORA PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO ... 50 5 DIRETRIZES PROJETUAIS .................................................................................. 50 5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ...................... 51 5.2 FLUXOGRAMA E SETORIZAÇÃO ..................................................................... 53 5.3 IMPLANTAÇÃO ................................................................................................... 54 5.4 VOLUMETRIA ..................................................................................................... 56 5.5 ESTRUTURA ...................................................................................................... 58 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 ANEXO ..................................................................................................................... 62 7 1 INTRODUÇÃO O trabalho desenvolve estudos e a proposta para um centro de parto normal que atenda plenamente as normas e regulamentos, assim como aspectos arquitetônicos e urbanísticos. Neste capítulo apresenta-se o tema e o problema de pesquisa, a justificativa e relevância, os objetivos e os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento deste trabalho. 1.1 TEMA O trabalho tem como tema o desenvolvimento do projeto de um Centro de Parto Normal no município de Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina. Através da criação desse equipamento urbano no município, pretende-se que ele atenda gestantes e parturientes em um ambiente cujo atendimento seja mais humanizado e priorize a liberdade de escolha para efetuar o parto. Acredita-se que a instalação do Centro de Parto Normal possa auxiliar no atendimento de gestantes e parturientes na região da Grande Florianópolis, englobando vários municípios adjacentes aos da construção do Centro. A construção foi pensada para ser implantada em um terreno que permite expansão de acordo com as normas municipais, o qual se localiza em uma região central e residencial da cidade. Além disso, o terreno de projeto é cercado por duas vias de tráfego local e próximo à BR-282, que liga a serra ao litoral catarinense. 1.2 PROBLEMA Como responder arquitetônica e urbanisticamente a instalação de um Centro de Parto Normal na região da Grande Florianópolis, levando em consideração os aspectos de sua implantação, acessibilidade e necessidade? 1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA Esse projeto visa criar um Centro de Parto Normal no município de Santo Amaro da Imperatriz que, além de ser um centro especializado em parto normal, 8 contará com acompanhamento pré-natal e neonatal, serviços que atualmente o município não oferece às gestantes. Segundo o documento Proposta de formulação da Rede Cegonha para a região metropolitana de Florianópolis, a região de saúde da grande Florianópolis possui mais de 1 milhão de habitantes. Dessa forma, conforme orientações da Rede Cegonha, esta região comporta 3 centros de parto normal (CPN). A distribuição dos CPN foi realizada objetivando atender da melhor forma a população desta região de saúde, considerando o número de nascidos vivos e localizando os CPN nos municípios com maior número de nascimentos. Com essa distribuição, os municípios próximos poderão encaminhar suas gestantes para o CPN de referência, conforme pacto anteriormente acordado. Visando atingir esses objetivos, o projeto sugere 3 CPN do tipo peri-hospitalar ou intra hospitalar, construídos nos seguintes municípios: São José, Florianópolis e Santo Amaro da Imperatriz. O CPN de São José, construído junto às dependências do Hospital Regional Homero de Miranda Gomes sendo referência para São José, Biguaçú e Palhoça. O CPN de Santo Amaro da Imperatriz, construído junto às dependências do Hospital de Santo Amaro da Imperatriz, será referência para os seguintes municípios: Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara, Angelina, Leoberto Leal, Alfredo Wagner, Rancho Queimado, Anitápolis, São Bonifácio, Paulo Lopes, Garopaba e Águas Mornas. O CPN de Florianópolis, construído junto às dependências do Hospital Universitário ou Maternidade Carmela Dutra, atenderá o município de Florianópolis. (Rede Cegonha p.43) De acordo com o documento supracitado, torna-se necessária a construção de um Centro de Parto Normal no município de Santo Amaro da Imperatriz, considerando o número de habitantes da região em que está inserido. Dessa forma, o centro poderia auxiliar no fluxo de pessoas que procuram atendimento nos municípios maiores da Grande Florianópolis, como Florianópolis e São José. Além disso, a construção do Centro de Parto Normal em Santo Amaro da Imperatriz visa garantir um acesso facilitado e centralizado dos residentes em municípios vizinhos. 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral Desenvolver diretrizes para um projeto arquitetônico de um Centro de Parto Normal a ser implantado no Município de Santo Amaro da Imperatriz, inserido na região da Grande Florianópolis, de maneira que ele atenda arquitetonicamente os requisitos necessários para seu funcionamento, como implantação, acessibilidade, estrutura e outras necessidades. 9 1.4.2 Objetivos específicos Analisar a forma e composição arquitetônica de Centros de Saúde, a fim de obter conhecimento sobre a implantação e características propícias para um Centro de Parto Normal. Estudar as condicionantes locais do terreno, legais, contextuais, espaços, e as necessárias para criação de um programa de necessidades. Estudar e analisar materiais e sistemas construtivos que possam responder aos requisitos de projeto. Apresentar as diretrizes que sirvam como base para o Centro de Parto Normal. 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Visando atingir os objetivos deste trabalho, os procedimentos metodológicos circundaram a pesquisa bibliográfica, o estudo de análise dos projetos referenciais e o levantamento e análise da área proposta. A revisão da literatura tenta compreender uma retrospectiva histórica de um dos acontecimentos mais importantes nas maiorias das comunidades humanas, o nascimento, até sua atualidade. Os projetos referenciais são analisados a partir dos critérios elaborados por Clark e Pause e Ching. O levantamento e a análise do local de projeto proposto inclui a caracterização do local, a análise bioclimática e da legislação urbanística. Embasados nos estudos realizados gerou-se o partido geral do projeto que será desenvolvido no Trabalho de Conclusão de Curso II. 10 2 REVISÃO TEÓRICA 2.1 O NASCIMENTO NA HISTÓRIA O nascimento é um dos acontecimentos mais importantes na maioria das comunidades humanas. Ao longo da história, diferentes métodos foram sendo implantados para melhorar a taxa de natalidade e a qualidade de vida. O parto representava um risco não só à criança, mas também à mãe, isso levava a uma série de cuidados, como local apropriado (geralmente um cômodo da casa, como o quarto) e a presença de uma parteira (SEIBERT et al., 2005). Ainda segundo SEIBERT (et al., 2005), a presença do homem se torna cada vez mais constante, partindo da Idade Média com a atuação de padres, passando pela criação do fórceps na Idade Moderna e chegando à popularização do parto de cesariana na Idade Contemporânea, a partir do século XVIII. O parto em casa e assistido por uma parteira passa a ser gradualmente trocado por um parto em ambiente hospitalar e “controlado” pela medicina (SEIBERT et al., 2005). Essas mudanças estão também atreladas nas separações de classes, como destaca o artigo publicado na revista de Enfermagem da UERJ com o título “Medicalização X Humanização: O cuidado ao parto na História”, As mulheres de classe mais alta não aceitavam mais sentir a dor do parto e não desejavam correr mais riscos, além de parir com a assistência de um médico significar maior poder aquisitivo de seus maridos. Com isso, a consolidação do processo de medicalização e hospitalização do parto acontece em meados do século XX, juntamente com o surgimento das grandes metrópoles e a criação de hospitais, marcando o fim da feminilização do parto, levando ao predomínio do parto hospitalar, marcado por intervenções cirúrgicas, utilização de fórceps profilático e episiotomias desnecessárias. (SEIBERT et al., 2005, p. 248) No Brasil, as mudanças foram concomitantes às que ocorreram na Europa, pois todo processo colonizador foi conduzido por europeus. O quadro a seguir apresenta o nascimento em diferentes épocas. 11 Quadro 01: O nascimento em diferentes épocas. Fonte: Elaborada pela autora, 2016. Pensando em minimizar esse problema, o Governo Federal criou em 2011, através do Ministério da Saúde, o programa Rede Cegonha. Essa iniciativa visa, entre outros avanços, humanizar o parto, baixar os elevados índices de cesarianas e diminuir o número de óbitos no momento do parto e no neonatal, contando com apoio e acompanhamento da gestante do pré-natal e pós parto. 2.2 O PLANO CEGONHA E A REGIÃO DE FLORIANÓPOLIS Seguindo para a Grande Florianópolis, em sua divisão de Macrorregião de saúde1, em 2013, segundo o DATASUS, foram realizados 14507 partos; desses, 7975 foram partos de cesariana, o que corresponde a mais da metade. Esse índice é significante do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a mesma recomenda entre 10% a 15% de cesarianas segundo a EBC (2015). Esse número chamou a atenção da diretora do Departamento de Saúde e Pesquisas da OMS, Marleen Temmerman, que classificou como epidemia o grande número de mulheres que se submetem a esse tipo de parto de acordo com a EBC (2015). O problema também se estende no que diz respeito à falta de humanização do nascimento. Pois que no Brasil, o parto “... é caracterizado por um alto grau de medicalização e pelo uso abusivo de procedimentos invasivos. A humanização do parto viria como forma de 1 Composta pelos municípios de: Águas Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José e São Pedro de Alcântara) e de uma Área de Expansão Metropolitana (onde estão os municípios de Alfredo Wagner. Angelina, Anitápolis, Canelinha, Garopaba, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Paulo Lopes, Rancho Queimado, São Bonifácio, São João Batista e Tijucas) 12 garantir uma assistência baseada na evidência científica e na segurança, e não na conveniência de instituições ou profissionais”. (SEIBERT et al., 2005, p. 248) Na grande Florianópolis, o número de óbitos levantado pela Rede Cegonha (2011), é menor que o de outras regiões. A média da taxa de mortalidade infantil, aquela que leva em conta as mortes no momento do nascimento, é de 9,53 a cada mil nascimentos, levando em conta os dados de 2007 até 2011 conforme o Plano Rede Cegonha (2012). No mesmo período, foram levantados ainda pelo Plano Rede Cegonha dados referentes às mortes neonatal de crianças que morrem dos 0 aos 27 dias e este também se mantém menor do que a média de outras regiões de Santa Catarina, com taxa de mortalidade de 6,38 a cada 1000 nascidos vivos, segundo o Plano Rede Cegonha (2012). Outro dado importante é o número de mulheres que morreram durante o parto que, entre 2007 e 2011, foram 18. Sobre a importância da atenção pública para as estruturas hospitalares com atenção voltada ao parto, pode-se recorrer também ao documento do Plano Rede Cegonha – Grande Florianópolis. Segundo o mesmo, os dados recolhidos, em 2012 2013, e 2014, conforme a Tabela 01, demonstram um salto considerável, que levou em conta a contagem de mulheres em idade fértil na região. MULHERES GRÁVIDAS EM IDADE FÉRTIL ANO QUANTIDADE 2012 13.305 2013 14.636 (estimativa) 2014 16.098 (estimativa) Tabela 01: Números e estimativas de mulheres grávidas em idade fértil segundo o Plano Rede Cegonha. Fonte: Plano Rede Cegonha, Grande Florianópolis, elaborada pela autora, 2016. O Plano Rede cegonha ainda prevê um aumento do número de gestantes, mas, revela que: o número de cesarianas feitos na grande Florianópolis acompanha a tendência dos números nacionais, ou seja, são maiores e mais frequentes que os de parto normal (vaginal), conforme apresentado na Tabela 02. NÚMEROS DE PARTOS VAGINAL, CESÁRIAS E NÃO INFORMADOS EM 2011 MUNICÍPIOS PARTO VAGINAL PARTO CESÁRIO NÃO INFORMADO TOTAL % PARTO CESÁRIO Águas Mornas 30 33 - 63 52,38 Alfredo Wagner 50 66 - 116 56,90 13 Angelina 32 26 - 58 44,33 Anitápolis 13 18 - 31 58,06 Antônio Carlos 42 58 2 102 56,86 Biguaçu 440 407 4 851 47,83 Canelinha 58 66 - 124 53,23 Florianópolis 2364 3062 10 5436 56,33 Garopaba 84 144 1 140 63,16 Governador Celso Ramos 61 78 1 140 55,71 Leoberto Leal 19 27 1 46 58,80 Major Gercino 20 14 - 34 41,18 Nova Trento 43 87 1 131 66,41 Palhoça 1056 1074 12 2142 50,14 Paulo Lopes 44 44 - 88 50,00 Rancho Queimado 17 15 - 32 46,88 Santo Amaro da Imperatriz 95 115 1 211 54,50 São Bonifácio 9 20 - 29 68,97 São João Batista 159 242 - 401 60,35 São José 1272 1660 - 2932 56,62 São Pedro de Alcântara 15 25 - 40 62,50 Tijucas 220 253 1 474 53,38 Total 6143 7534 32 13709 56,96 Tabela 02: Número de Partos Vaginal, Cesários e não Informados 2011, Municípios compostos pela região Metropolitana da Grande Florianópolis Fonte: Plano Rede Cegonha, Grande Florianópolis p. 20. Elaborada pela autora. Na maioria dos municípios da Grande Florianópolis, mais da metade dos partos são cesarianas. Não há um motivo claro, mas tudo indica que, com o aumento do acompanhamento pré-natal, esse número tem se tornado maior.2 Para controlar e aprimorar o número de gestante atendidas no pré-natal, foi elaborado, pela Rede Cegonha, um questionário aos gestores municipais, sobre os dados do primeiro acompanhamento das gestantes. Das 22 cidades que compõem a Grande Florianópolis, apenas 5 contavam com 100% das gestantes que realizaram a 2 Essa interpretação é feita a partir de um dado do Relatório da Rede Cegonha de novembro de 2012, onde “A série histórica de 2007 a 2011 de percentual de nascidos vivos com sete ou mais consultas de pré-natal demonstra um aumento constante do aceso ás consultas na maioria dos municípios.”. 14 consulta pré-natal, até os 120 dias iniciais da gravidez. Algumas cidades apresentaram um percentual baixo de atendimento, como, por exemplo, Governador Celso Ramos, com 22% das gestantes acompanhadas, de acordo com o Plano Rede Cegonha (2012). Ainda segundo o plano, no município de Santo Amaro da Imperatriz, local escolhido para projeto desse trabalho, o índice de acompanhamento é de 60%. Em outra pergunta, foi solicitado aos gestores sobre a situação dos municípios para a realização de exames por imagem (USG Obstétrica). Somente 9 cidades não precisam encaminhar as gestantes para outras localidades para a realização do exame, como ressalta a Tabela 03. Tabela 03: Local de Realização de USG Obstétrica, 2012, Municípios compostos pela região Metropolitana da Grande Florianópolis Fonte: Plano Rede Cegonha, Grande Florianópolis p. 25. Acessado em Junho. Os municípios que não contam com esse serviço oferecem, em sua maioria, transporte com ambulâncias ou veículos oficiais, conforme indica o Plano Rede Cegonha (2012). 15 O Sistema único de Saúde (SUS) em 2014, criou um caderno de debates em relação à humanização do parto e do nascimento. Intitulada de “Cadernos Humaniza SUS”, a publicação tem por o direito à saúde e ao atendimento de qualidade à mulheres grávidas. “... a humanização produz-se como um movimento institucional, político, ético e afetivo (entendendo afeto como efetivação de uma potência coletiva, uma força de composição que dá liga entre corpos) engajado com a tarefa de fazer viva a aposta coletiva no SUS, mediante participação e comprometimento dos sujeitos e coletivos com seu próprio processo de construção.” (Brasil, 2014) 2.3 RECOMENDAÇÕES DE PROJETO A Rede Cegonha, além de fomentar e implementar um novo modelo de atenção à saúde da mulher e criança com foco no parto, apresenta ainda recomendações e orientações para a elaboração de projetos para Centros de Parto Normal (CNP) com programa de necessidades e pré-dimensionamento, os quais apresentados no capítulo 5. A Resolução RDC nº 50 (2002) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamenta o planejamento de estabelecimentos assistenciais de saúde. Dispondo sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Os regulamentos voltados para o CPN, como o programa de necessidades e pré- dimensionamento, serão apresentados no capítulo 5. 16 3 ESTUDOS DE CORRELATOS Neste capítulo, serão apresentadas três análises de projetos referenciais, cujos elementos e características servirão positivamente para a elaboração do trabalho de conclusão de curso. Nesse sentido, busca-se a compreensão de elementos de implantação e forma, referentes à proposta de um centro de parto normal. Para o estudo, foram selecionados três projetos: o do Hospital Sara Kubitschek, o do Children’s Hospital e o do Centro de Saúde Progrés-Raval. Além disso, a análise apresenta a localização, materiais e técnicas construtivas de cada projeto. Para a análise gráfica e contextual foram considerados os itens relevantes de cada projeto supracitado com base em alguns fundamentos de Ching (2008) e Clark e Pause (1987), tais como: acessos, circulação, composição volumétrica, estrutura e as estratégias de conforto ambiental, como a iluminação e a ventilação naturais. 3.1 HOSPITAL SARA KUBITSCHEK A primeira análise, centrou-se na rede Sarah Hospitais, a qual tem unidades hospitalares implantadas em diversos estados brasileiros. O arquiteto Lelé desenvolveu diretrizes projetuais próprias implantadas em todos os projetos hospitalares da rede, embora, elas sejam adaptadas para cada clima onde é inserida a nova edificação. Tais diretrizes ficaram cada vez mais acuradas, devido às experiências projetais anteriores (PERÉN 2006, p. 200). Por conta disso, optou-se por analisar a última unidade implantada, o Sarah – inserido na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. O Centro Internacional de Neurorreabilitação e Neurociências Sarah (Figura 01), inaugurado em maio de 2009, atende adultos e crianças portadores de lesões congênitas.3 O hospital oferece o tratamento e acompanhamento do processo de reabilitação ao paciente, orientação aos familiares. Segundo a Instituição Sarah (2013), “a arquitetura da unidade oferece espaços amplos e integrados, favorecendo o trabalho interdisciplinar e a troca de experiências entre pacientes”. 3 As anomalias congênitas são lesões que se formam no feto, ocorrendo em 2% dos nascidos vivos. (FRANÇA, Bisneto Edgard, 2016) 17 Figura 01: Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Sarah. Acessado em Abril 2016. A implantação do hospital ocupa uma quadra inteira circundada por edifícios residenciais, hotéis, shopping e alguns lotes desocupados, estando também próximo à Lagoa do Jacarepaguá e ao Parque Olímpico da Barra. Figura 02: Localização do Centro Internacional Sarah - Barra da Tijuca Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. A edificação está inserida em uma área correspondente a um quarteirão de 80.000 m², em forma retangular, com a aresta maior medindo cerca de 400 m e a menor medindo cerca de 160 m. O acesso ao estacionamento localiza-se na Av. José Wilker, por via local, e, internamente, a circulação de veículos acontece em torno dos blocos, conforme a Figura 03. 18 Figura 03: Identificação acessos à edificação Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. A Figura 04 refere-se ao acesso de pedestres e veículos ao Centro Sarah; a localização do acesso no terreno dificulta a entrada de pedestres que utilizam o transporte público, pois o ponto de ônibus localiza-se ao lado oposto da quadra. O acesso do pedestre justamente na entrada e saída de veículos provoca o conflito entre pedestres e automóveis que acessam a edificação. Como solução, seria necessário a alteração da entrada de pedestres para outro local. Figura 04: Acesso veículos e pedestres Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Google Earth. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. Para Clark e Pause (1997), outros itens relevantes são a circulação e o espaço-uso, os quais representam os componentes dinâmicos e estáticos 19 imprescindíveis de um edifício. No hospital Sarah, a circulação abriga os espaços de espera e convívio. A inserção do paisagismo na circulação estimula, de forma dinâmica, o espaço de transição, como mostra a Figura 05 a seguir; há também, a integração do interno com o externo, através da conexão dos blocos principais, por passarelas translúcidas cobertas. Figura 05: Identificação circulação na edificação Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. Figura 06: Circulação vertical por rampa e circulação horizontal translúcida coberta, edificação Sarah RJ - Centro de Reabilitação Fonte: Leonardofinotti. Acessado em abril 2016. Segundo Perén (2006), os apartamentos de internação e suas respectivas circulações se integram a um espaço central de conivência com pé direito duplo, valorizando a integração visual entre pacientes, médicos e demais dependências do hospital. A edificação tem quatro blocos integrados através de circulações horizontais, conforme se observa na Figura 06. Cada setor corresponde a um bloco, os quais são destinados a: serviços técnicos, internação, serviços gerais, centro de estudos, 20 residência e auditório. Tal configuração facilita o funcionamento interno do hospital, uma vez que, ao se definir um setor em um único bloco, reduza-se a circulação, concentrando maior número de atividades em um determinado espaço. A Figura 07, expõe os setores e suas subdivisões. Figura 07: Setorização Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. O conjunto hospitalar, ver Figura 08, é composto por um volume constituído de unidades repetitivas e singulares. A unidade hospitalar e a unidade dos serviços gerais possuem a mesma modulação de volumetria, embora em escalas diferentes. O Auditório é constituído de uma volumetria singular e, todos os volumes se unem por circulações externas, citadas anteriormente. Figura 08: Composição volumétrica Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. 21 O conjunto das massas, conforme se pode analisar na Figura 09, define e articula os espaços ao setorizar funções em blocos diferentes. Além disso, identifica- se facilmente os acessos tanto na entrada de pedestres e de automóveis, através de uma portaria com forma expressiva, quanto na entrada da edificação, através de uma marquise que se expressa de forma marcante ao unir a entrada do hospital ao auditório. Figura 09: Identificação de Acesso na Massa. Fonte: Leonardofinotti. Acessado em abril de 2016. Adaptado pela autora. A hierarquia da forma está presente na volumetria do auditório, o qual se destaca das demais unidades por possuir uma volumetria única; por sua localização privilegiada (na principal fachada); pela diferença de materiais referente às demais unidades; e por possuir um coroamento que se articula de forma dinâmica com o volume, podendo estar fechado ou aberto. Na edificação, observa-se a adição de volumes complementares, como o volume do setor de serviço e o auditório, e também a subtração do volume principal, sendo dividido em dois blocos interligados por uma passarela. Tais itens podem ser vistos na Figura 10. Figura 10: Elementos de Adição, Subtração e Hierarquia Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. 22 Outro item é o sistema de iluminação e ventilação natural, que está presente em quase todas as áreas do hospital, com exceção das salas com equipamentos e centros cirúrgicos, nos quais é recomendada a iluminação artificial. Dessa forma, como percebe-se na Figura 11, permite-se que os ambientes fiquem ventilados e iluminados naturalmente durante grande parte do ano. Figura 11: Sistema iluminação e ventilação natural Hospital Sarah RJ - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. A cobertura em arcos móveis é para vencer grandes vãos, junto dela, o forro em painéis basculantes controla o excesso de iluminação e ventilação dos sheds. Quando abertos, favorecem a iluminação natural e possibilitam um sistema de ventilação, segundo Perén (2006, p. 206). Para o controle da iluminação e ventilação naturais por sheds foi utilizado um sistema flexível de fechamento automatizado, como mostra a Figura 12. Figura 12: Sheds Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. 23 A estrutura principal dos três blocos é constituída por vigamentos e pilares metálicos. A estrutura do solário está engastada [sic] nos pilares de treliças metálica, já a estrutura do auditório é composta de vigamento radial e dupla curvatura engastada em anel metálico superior e um anel de concreto inferior apoiada em pilares também de concreto. (AU PINI, 2012). Figura 13: Sheds Hospital Sarah Rio de Janeiro - Centro de Reabilitação Fonte: Perén (2006). Acessado em: 16 Abril 2016. Adaptado pela autora. FICHA TÉCNICA: LOCAL Barra da Tijuca – Rio de janeiro PROJETO ARQUITETÔNICO João Filgueiras Lima (Lelé), mais equipe: Ana Amélia Monteiro e André Borém; PROJETO PAISAGÍSTICO Beatriz Secco INTEGRAÇÃO OBRAS DE ARTE Athos Bulcão ÁREA TOTAL TERRENO 77.545,42 m² ÁREA CONSTRUÍDA 24.030,94 m² TIPO DE ATENDIMENTO Hospitalar 3.2 HOSPITAL INFANTIL DE ZURIQUE O projeto do Hospital Infantil de Zurique é a proposta vencedora de um concurso de projetos para a viabilização do hospital, o qual é composto por dois edifícios: um complexo hospitalar, destinado a tratamento de crianças e adolescentes, e um centro de ensino e pesquisa. O projeto vencedor, elaborado em 2012, pertence ao escritório Herzog e de Meuron e tem conclusão prevista para 2018. Segundo Dezzen (2012), o hospital difere do estereótipo hospitalar habitual, pois foi pensando para que funcionários, pacientes e familiares pudessem se 24 movimentar livremente em torno de pátios como se estivessem em uma pequena cidade. Figura 14: Hospital Infantil de Zurique – Suíça Fonte: Archdaily. Acessado em abril de 2016. O projeto será implantado no distrito de Lengg, na cidade de Zurique, caracterizado como área rural. O complexo será inserido em duas quadras, locado no desenho irregular das vias existentes que circundam os terrenos, como mostra a Figura 15. Em alguns momentos dessa análise, será mencionada apenas a volumetria do complexo hospitalar, pois este estudo trata-se apenas de unidades hospitalares. Figura 15: Inserção projeto Hospital Infantil - Zurique Fonte: Dezeen. Acessado em abril de 2016. O primeiro item observado nesse edifício hospitalar, foram os acessos de veículos e pedestres, os quais se situam na via de fluxo secundária, onde se localiza 25 a principal fachada Norte. Há também acessos para pedestres, com circuitos alternativos localizados nas laterais e atrás da edificação. Os acessos principais de pedestres e automóveis estão locados próximos, sem conflito de uso, como se vê na Figura 16. Há dois acessos para o setor de emergência: um apenas para ambulâncias, e outro para pedestres e automóveis; sendo que o acesso de pedestres está locado na lateral, junto ao estacionamento. O acesso de carga e descarga está situado no subsolo e possui um acesso exclusivo. Figura 16: Identificação acessos à edificação Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. Através de recortes no volume, de formas geométricas, as circulações do 9pela utilização de formas geométricas no projeto, conforme Figura 17. Segundo Bortoluzzi (2012), com a tentativa de se diferenciar do estereótipo ao qual estão dispostas as estruturas hospitalares, o hospital implementa uma circulação em torno dos pátios que estão inseridos em diversos setores, o que o torna mais receptivo às crianças. Além disso, estimula, o movimento de pacientes e familiares. A circulação vertical, ocorre através de escadas e elevadores em diversos pontos da edificação, interligando todos pavimentos, inclusive a cobertura e os subsolos. De acordo com o Frearson (2012) e conforme pode-se observar na Figura 17, nas circulações externas, há os caminhos utilizados por pedestres que objetivam ter 26 acesso à edificação e os espaços adjacentes os quais comportam pacientes em sessões de fisioterapia ao ar livre. Figura 17: Identificação circulação na edificação Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. O conjunto de edificações formado por dois edifícios, tem seus usos definidos e separados por tipologia de forma. O Centro de Ensino e Pesquisa possui várias clínicas diferentes, com função pública. Os seis andares são destinados a laboratório de pesquisa, consultórios, auditórios, salas de aulas e de seminários e um pátio central. O hospital, é composto por: subsolo, três andares, destinados aos serviços do hospital, e uma cobertura jardim onde constam dois helipontos. Segundo Frearson (2012), cada um dos três andares tem uma função dedicada, o que proporciona mais flexibilidade quanto a alteração de layout regido pelo aumento ou diminuição da demanda. Logo, o Térreo é destinado a restaurantes, laboratórios de exames, salas de tratamentos e instalações terapêuticas; no primeiro andar estão os consultórios médicos; e no superior estão as enfermarias. A Figura 18 expõe os pavimentos e seus respectivos setores. 27 Figura 18: Setorização Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. O projeto para o Hospital Infantil é composto por dois edifícios que se complementam, porém, possuem tipologia contrastante. A massa do edifício hospitalar, em uma escala horizontal, é a somatória dos três pavimentos com geometrias provenientes do retângulo, como indica a Figura 19. Em suma, segundo Frearson (2012), o que cria uma variedade e orientação espacial são as três geometrias “ideais”. A massa do edifício do Centro de Pesquisa se posiciona de 28 forma vertical composta por seis andares e um pátio central, ambos em formato circular. Figura 19: Composição Volumétrica Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. O conjunto hospitalar infantil é composto por dois volumes constituídos de elementos repetitivos e singulares. É possível observar cada unidade singular na sobreposição dos pavimentos, os quais tiveram sua forma primária modificada, conforme a Figura 20, abaixo. As formas primárias repetitivas são subtraídas do volume, atendendo à função de iluminação e ventilação natural do interior da edificação. Figura 20: Elementos Singulares, Repetitivos e Subtrativos. Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. 29 A hierarquia na forma das unidades, que se sobrepõem, manifesta-se na deformação do volume primário da edificação do Hospital da Criança. Composto pela sobreposição de três volumes retangulares, a deformação está presente na sobreposição dos dois primeiros. O segundo volume, o intermediário, sobrepõe-se hierarquicamente aos demais, o que se observa através da configuração da sua geometria, que é mais bem manipulada, e de sua escala, a qual serve de marquise ao pavimento térreo. A Figura 21 representa a importância das formas com classificação hierárquica. Figura 21: Classificação Hierarquia. Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Elaborado pela autora, 2016. Os arquitetos utilizam o círculo para diferirem áreas de circulação e encontros, observados tanto nas subtrações do volume do Hospital Infantil, quanto no volume primário do Centro de Estudos. Frearson (2012) cita que as formas derivadas do retângulo, remetem às áreas de atendimento médico e enfermarias, as quais são encontradas no volume geral da edificação hospitalar e inclusive nas suas subtrações, o que favorece a localização de seus setores. Tal diretriz projetual favorece a localização espacial de um indivíduo em ambas as edificações, como se pode observar na Figura 22. 30 Figura 22: Hierarquia Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. Devido a edificação ser baixa e extensa, os arquitetos optaram por aberturas na volumetria, para que a luz natural e a ventilação pudessem adentrem aos espaços, favorecendo a circulação de pessoas em torno dos diversos pátios espalhados na edificação. A madeira é o material mais utilizado no hospital e está inteiramente ligada ao fato de o hospital estar em uma área rural segundo Dezzen (2011). Figura 23: Elementos Iluminação e Ventilação Natural - Hospital Infantil de Zurique - Suíça Fonte: Metalocus. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. FICHA TÉCNICA: LOCAL Lengg de Zurique – Suíça PROJETO ARQUITETÔNICO Herzog e de Meuron, mais equipe: Mark Bahr e Jason Frantzer PROJETO PAISAGÍSTICO August Kunzel e Munchestein ÁREA CONSTRUÍDA 84.597 m² TIPO DE ATENDIMENTO Hospitalar 31 3.3 CENTRO DE SAÚDE PROGRÉS-RAVAL BADALONA De acordo com Estevens (2014), Raval é um bairro da cidade de Barcelona que, desde 1985, sofre transformações urbanísticas, principalmente pela inserção de equipamentos educativos. Raval e outros bairros da proximidade fazem parte do Bairro Gótico, localizado na parte antiga de Barcelona. De responsabilidade municipal, o projeto do Centro de Saúde, junto ao novo espaço público, tem por objetivo melhorar a qualidade do tecido urbano local. Para Ondiseno (2011), o projeto se torna interessante ao juntar valores arquitetônicos à necessidade de melhorar o fluxo e acesso urbano vizinho. Figura 24: Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Ondiseno. Acessado em abril de 2016 O centro de Saúde Raval, juntamente à praça, está inserido no meio da quadra, local que abrigava uma antiga fábrica. Para Odiseno (2011), a implementação do projeto naquele local, teve como motivação os problemas envolvidos no surgimento de um vácuo em um tecido urbano homogêneo de uso misto, caracterizado por edifícios residenciais e comerciais. Além disso, o perímetro a quadra fica próximo à Praia del Pont de Petroli, conforme a Figura 25. 32 Figura 25: Localização Centro Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Google Earth. Acessado em: 27 Abril 2016. Adaptado pela autora. A edificação junto à praça, está inserida no meio da quadra. O acesso de pedestres se dá pelas ruas laterais, não há estacionamento para veículos, apenas um bicicletário próximo à entrada principal. No entanto, é possível estacionar nas ruas laterais ao Centro de saúde. Há também duas paradas de ônibus localizadas na rua Carrer d’em Garriga, na lateral da edificação, e na Carrer de la Indústria, em frente à edificação. A mesma possui dois acessos: um menor, localizado na rua Carrer d’em Garrida, destinado a funcionários, o qual atende ao setor de serviços gerais; e o acesso principal, pela rua Carrer del General Weyler, onde é a recepção do centro, conforme se observa na Figura 26. Figura 26: Identificação acessos ao Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. 33 O acesso à edificação, através da praça, delimita a relação público/privado entre o edifício e o espaço público. Após acessar a edificação, a circulação horizontal e vertical conduz o movimento de pessoas de forma estática aos consultórios e salas de apoio, estando disposta de forma central no térreo e perimetral nos demais pavimentos. As relações de espaço-uso, citada por Clark e Pause (1997), estão presentes ao alocar o setor de espera na circulação dos consultórios. Além disso, a escada, disposta na parte externa da edificação, compõe arquitetonicamente com o volume e tem por objetivo ser uma saída de emergência. (ONDISENO, 2011). A distribuição da circulação em formato linear no projeto pode ser observada na Figura 27. Figura 27: Identificação na circulação do Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. Constituído por quatro pavimentos, o programa de necessidades do centro de saúde é simplificado, se comparado aos outros projetos analisados neste documento. No térreo, estão dispostos os acessos e consultórios; no primeiro pavimento há apenas consultórios; no segundo pavimento estão alocados consultórios e uma sala de conferências; e o último pavimento possui sala de reunião e o setor de serviços gerais. A Figura 28, a seguir, apresenta os pavimentos e seus respectivos setores. 34 Figura 28: Setorização Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. Segundo Ondiseno (2011), o edifício é definido pela sobreposição de dois volumes diferentes, provenientes do retângulo. No volume inferior, destacam-se as aberturas em fita, dispostas na horizontal, como elemento repetitivo; e a inserção de um único pilar com volumetria expressiva, compondo, de forma singular, com o conjunto. A segunda unidade, formada pelo volume superior, faz-se arquitetonicamente independente da forma inferior, e utiliza o tetrapilar , pilar em V, ara apoio e para realçar sua volumetria. (ONDISENO, 2011) 35 Figura 29: Composição volumétrica Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. A hierarquia está presente no principal volume e no tetrapilar, através de seu formato único e expressivo. O Arquitectura Proyectos (2012), afirma que, a proposta do volume superior favorece a integração visual entre o espaço público e o privado; e, ainda segundo o autor, para o controle de luz na edificação, utilizaram-se os elementos vazados de cerâmica artesanal produzidos na região. Por ser uma produção artesanal, a variação de cor das peças compõe um mural de grandes proporções para a praça. Na Figura 30, é possível observar que o uso do tetrapilar, pilar em V, ressalta o principal acesso da edificação. Figura 30: Setorização Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Arquitecturaproyectos. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. De acordo com Ondiseno (2011), a caixa é opaca nas extremidades e totalmente aberta para a praça, na fachada principal, sendo protegida por um filtro contínuo, o qual é constituído por uma estrutura cerâmica. Ainda segundo a revista, 36 o filtro entre a fachada sul e a estrutura interna reduz o consumo de energia, tornando a edificação mais sustentável e oferecendo conforto térmico e adequado para o clima mediterrâneo. Ainda segundo Ondiseno (ano), na fachada norte, onde a construção recebe menor insolação, observam-se aberturas horizontais e de pequena proporção se comparadas à fachada sul. Pois, por se tratar de consultórios, optou-se por utilizar menos luz natural a fim de destiná-las para as áreas de circulação, como se observa na Figura 31. Figura 31: Elementos Iluminação e Ventilação Natural Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. O edifício de quatro pavimentos é dividido em dois blocos, separados por uma junta de dilatação, como descreve Arquitectura Proyectos (2012). O bloco menor é estruturado pelo tetrapilar, como um pilar central que se ramifica (em V) em quatro diagonais, com proporção de 30 cm x 70 cm na no topo, conservando o mesmo formato dos pilares locados regularmente em malha, conforme mostra a Figura 32. Outro item analisado diz respeito às lajes, as quais são de concreto armado e possuem 35 cm de espessura, enquanto as paredes externas são de alvenaria comum local. Ademais, o painel de cerâmica local é estruturado internamente por uma malha de aço apoiada em uma estrutura de aço galvanizado engastada nas lajes de concreto armado, conforme descreve Arquitectura Proyectos (2012), e foi esquematizado na Figura 32 a seguir. 37 Figura 32: Esquema estrutural Centro de Saúde Raval - Barcelona, Espanha Fonte: Tectonica. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. FICHA TÉCNICA: LOCAL El Raval, Barcelona - Espanha PROJETO ARQUITETÔNICO E PRAÇA Jordi Badia, mais equipe: Rafael Berengena, Daniel Guerrar Jordi Framos TIPO DE ATENDIMENTO Daniel Guerrar Jordi Framos 3.4 SÍNTESE DA ANÁLISE DE CORRELATOS A análise dos projetos referenciais permitiu entender os aspectos do programa de um edifício hospitalar. Os itens de maior importância, dizem respeito aos acessos à edificação, circulação e uso, e à integração da circulação com o exterior. 38 Os acessos de veículos às edificações se dão de três maneiras diferentes. No hospital Sarah, não há estacionamento coberto, sendo que o hospital recebe diariamente adultos e crianças portadoras de lesões congênitas; a entrada de pedestres está junto da entrada de carro, o que gera conflitos, e está a uma distância consideravelmente grande da entrada principal do Hospital e maior ainda do ponto de transporte público. No Hospital da Criança, em Zurique, por se tratar um complexo, o estacionamento está no subsolo; os acessos de pedestre e veículos ficam bem próximos, em uma configuração que não gera conflito. No Centro de Saúde Raval, embora não haja estacionamento na edificação, as vagas nas ruas adjacentes e os pontos de transporte público estão bem próximos da entrada principal da edificação. Em todos os projetos, a circulação está vinculada à iluminação e ventilação natural e contato com o exterior. No Sara, o contato com o exterior, na circulação, é bastante enfatizado, principalmente nas transições entre um bloco e outro, através de circulações translúcidas. No Hospital Infantil, por se tratar de um complexo em um único volume, a iluminação natural decorre dos jardins de inverno inseridos em diversos pontos da edificação. No centro de saúde, o contado com externo se dá nas circulações abertas visualmente para a praça. A Figura 33 a seguir representa as diferentes escalas da integração entre circulação e exterior nos projetos analisados. Figura 33: Formas de circulação e integração com o exterior - Projetos analisados Fonte: Leonardofinotti, Architecturelover e Metalocus.es. Acessado em: Abril 2016. Adaptado pela autora. A relação circulação-uso, nas edificações analisadas, possui espaços de circulação e espera integradas no mesmo local. Os ambientes de circulação e estadia, que possuem contato com o externo, favorecem o movimento de forma dinâmica dentro da edificação. Além disso, observou-se a inserção de materiais locais tanto no Hospital Infantil de Zurique como no Centro de Saúde de Raval, 39 ambos com a justificativa de passar uma sensação mais aconchegante, como se os pacientes estivessem em casa e não em um ambiente hospitalar. 4 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA ÁREA Este capítulo tem por objetivo apresentar os dados do município de Santo Amaro da Imperatriz junto a sua localização, e a análise de alguns aspectos condicionantes do projeto. Nesse âmbito, a análise aborda os itens de: referências do entorno, sistema viário, cheios e vazios, uso do solo e gabarito (com base na infraestrutura existente e ocupação atual da área), além da análise bioclimática. Foram consultadas também a legislação (Plano Diretor), a NBR 10152 (1987) de conforto acústico e a Resolução RDC nº 50 (2002) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Para a viabilidade de implantação, examinou-se o Plano Diretor estabelecido pela Lei Federal 10.257/201 – Prefeitura de Santo Amaro da Imperatriz – e o código de obras de Lei 891, de 06 de dezembro de 1991. 4.1 O MUNICÍPIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ O município de Santo Amaro da Imperatriz está localizado em Santa Catarina, na região da Grande Florianópolis e na Microrregião do Tabuleiro e faz parte da GRANDOPOLIS (Associação dos municípios da Grande Florianópolis). O município tem 65% do seu território como área de preservação permanente do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, e sua topografia é levemente acidentada por figurar- se no vale do Rio Cubatão. Localizado em uma área de transição entre o Planalto e o Litoral, Santo Amaro da Imperatriz (Figura 34) está a 30 km de Florianópolis – capital catarinense. O município possui área de 344,049 km² de território e população de aproximadamente 20.000 habitantes, fazendo limite com os seguintes municípios: Águas Mornas, São Bonifácio, Palhoça, Paulo Lopes e São Pedro de Alcântara (IBGE, 2010). A agricultura é a base econômica municipal, com destaque para o plantio de tomate, milho e batata; entretanto, no setor terciário, o comércio e o turismo, voltado para a procura do contato com a natureza e águas termais, crescem 40 cada vez mais na arrecadação final total do município, chegando a 67% (IBGE, 2010). Os acessos ao município de Santo Amaro da Imperatriz configuram-se por duas rodovias: a BR- 282, ligando o Planalto Serrano à Capital Catarinense; e a BR- 101, a qual atravessa o município. Figura 34: Localização de Santo Amaro da Imperatriz - SC Fonte: Plano Diretor Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. 4.2 O ENTORNO A área de projeto está localizada no perímetro urbano, bairro Centro, conforme classificação no Plano Diretor do município. Para a delimitação da área do entorno, apresentada na Figura 35, utilizou-se a hidrografia constituída pelo rio Cubatão, a delimitação inicial da Área de Preservação Permanente e a via de acesso principal à cidade. Observa-se na referência do entorno à área de projeto, primeiro item analisado, vários equipamentos de fácil acesso, uma vez que todos estão a uma pequena distância da intervenção, como mostra a Figura 35. Pode-se observar, como exemplo, o hospital municipal, localizado a aproximadamente 200 m da área de projeto, e as agências bancárias, equipamentos mais distantes, localizadas a cerca de 800 m. 41 Figura 35: Mapa Referência do Entorno Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. Esta análise tem como destaque a BR 282, cujo trecho passa por dentro da cidade e possui grande fluxo de veículos diariamente. Também cabe ressaltar que a cidade é cortada pela BR 101, no entanto, não possui tanto fluxo se comparada à BR 282. O terreno de projeto possui dois acessos, ambos em vias locais; apesar de que, no primeiro caso, a via local é recebida pela via coletora até a BR 282; e, no segundo caso, a própria via local é recolhida pela BR 282, com percurso menor quando comparada à primeira opção. Na Figura 36 abaixo, é possível verificar a classificação das vias. 42 Figura 36: Sistema viário Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. No segundo item analisado, pode-se observar que o entorno do lote está constituído por muita área vazia, conforme a Figura 37, embora esteja alocado ao lado de uma área de preservação permanente. Por estar inserido em uma zona central, com o centro consolidado, a tendência de expansão aos lotes vizinhos é favorável, uma vez que a área não tem nenhum impedimento construtivo de uso residencial e comercial, de gabarito baixo ou alto, em referência às edificações existentes. 43 Figura 37: Mapa de Cheios e Vazios Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. Sobre o uso do solo, pode-se observar que há uma predominância de edificações residenciais próximas à área de projeto, sendo que as edificações de uso comercial e misto estão concentradas na principal via do centro, como mostra a Figura 38. Nas quadras próximas ao lote do projeto, notam-se alguns edifícios institucionais, entre eles, o hospital, a escola municipal e a igreja. 44 Figura 38: Mapa de Uso do Solo Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. Embora o índice urbanístico permita até 8 pavimentos na região de análise, a predominância é a de 1 e 2 pavimentos. Apenas algumas edificações mais recentes utilizaram o índice construtivo máximo. A Figura 39, mostra somente uma edificação acima de 4 pavimentos nas quadras vizinhas ao terreno, a qual destoa nitidamente com o skyline da vizinhança. 45 Figura 39: Mapa de Gabaritos Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Adaptada pela autora. 4.3 O TERRENO O terreno escolhido situa-se no bairro Centro, a 900 m da BR-282, a qual liga a serra ao litoral. Trata-se de um terreno privado, de aproximadamente 2500m², levemente inclinado, como mostra a Figura 41, consolidado em uma área residencial em expansão. Localizado entre duas ruas, Rua Quinze de Janeiro e Rua São João, o terreno possui um formato de retângulo e tem seu comprimento duas vezes maior se comparado à largura, conforme pode-se observar na Figura 40. 46 Figura 40: Topografia estimada do terreno Fonte: Elaborada pela autora, 2016. Figura 41: Definição da área de projeto e visuais do terreno Fonte: Acervo próprio da autora. 4.4 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA O Clima de Santo Amaro da Imperatriz é classificado como subtropical úmido, consequentemente sendo um clima temperado. As temperaturas médias máximas são registradas no mês de janeiro, mês mais quente do ano, ficando em torno de 24,3°C; e as médias mínimas registradas são de 15,9°C no mês de julho, em que se encontram as temperaturas médias mais baixas do ano. As médias pluviométricas 47 em janeiro, mês mais chuvoso do ano, ficam em torno de 216 mm; e, em julho, mês mais seco do ano, ficam em torno de 76 mm, sem estações secas. Além disso, a média da umidade relativa fica em torno de 40%, segundo a Organização do Clima. A área central do município, local de projeto, está a 7,85 cm acima do nível do mar e, por isso, apresenta ocorrências de geadas nos meses de junho, julho e agosto. Em relação aos ventos, os quadrantes norte e nordeste ocorrem com maior frequência e maior velocidade média. No entanto, os ventos sul são os mais frios a atingirem o município e possuem rajadas de até 22 m/s. Essas informações podem ser observadas na Figura 42 referente aos diagramas obtidos através do Programa SOL-Ar da LabEEE – UFSC. Figura 42: Ventos – Frequências e velocidades Fonte: SOL-AR 6.2. Por conseguinte, analisa-se o terreno com o auxílio da carta solar, conforme a Figura 43, para que se tenha percepção da insolação que receberá as fachadas em determinados horários do dia em função dos solstícios do ano. 48 Figura 43: Insolação no terreno Fonte: SOL-AR 6.2. Elaborada pela autora, 2016. 4.5 LEGISLAÇÃO O Projeto de Lei Complementar Municipal está para aprovação e refere-se ao Plano Diretor do Município de Santo Amaro da Imperatriz, o qual irá substituir a Lei Municipal Nº 890/1991, que está em vigor. A lei atual não define de forma precisa a área escolhida para a intervenção, e tampouco menciona se é possível a implantação de um equipamento de saúde pública na região. Mediante disso, adota- se a Proposta do Plano Diretor em andamento para pesquisa dos itens urbanísticos da ocupação do solo. Segundo a Lei complementar Municipal do Plano Diretor da Prefeitura de Santo Amaro da Imperatriz, o lote fica localizado na Zona de Ocupação Central (ZOC). Tal zona permite o uso de casas de saúde em geral, entre outros, tais como: uso residencial, hotéis, locais de recreação infantil, clubes, escolas, museus, teatros, bibliotecas, auditórios, comércios; sendo proibidos varejistas ou atacadistas de produtos incômodos, nocivos e perigosos e indústrias acima de 150 m². Na Tabela 04 estão apresentados os limites construtivos tolerantes e afastamentos obrigatórios referentes à área do entorno do projeto. 49 ZONA DE OCUPAÇÃO CENTRAL – (ZOC) Não Residencial Número Máximo Pavimentos Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Ocupação Máxima (%) Taxa de Permeabilidade Mínima (%) 4 1,6 60 10 Afastamento Frontal Afastamentos Fundos e Laterais Via Coletora com passeio 2,50 m Via Local + passeio 2,50 m 8,50 m 6,50 m - Tabela 04: Afastamentos Obrigatórios e Limites de ocupação Fonte: Lei Complementar a Lei Nº 890/1991-PMSAI. Elaborada pela autora. A Tabela 05 apresenta a estimativa das áreas mínimas e máximas a serem construídas no lote, indicada a partir dos índices construtivos da Tabela 03. ÁREA EDIFICÁVEL NO LOTE Área do lote Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Ocupação Máxima (%) Taxa de Permeabilidade Mínima (%) Afastamento Frontal 2500 m² 4000 m² 1500 m² 250 m² 6,50 m Tabela 05: Área de aproveitamento de lote Fonte: Lei Complementar a Lei Nº 890/1991-PMSAI. Elaborada pela autora. 4.6 CONFORTO ACÚSTICO Sobre os níveis de ruídos dentro dos ambientes hospitalares, a NBR 10152 (1987) estabelece os níveis compatíveis com o conforto acústico nos ambientes conforme a Tabela 06. O Centro de Parto Normal deverá assegurar conforto acústico para as gestantes, parturientes, recém-nascidos e colaboradores que permanecerem na edificação. Para isso, pode-se considerar o uso de materiais absorventes de ruído para evitar a transmissão sonora para o exterior, como por exemplo: paredes duplas de alvenaria, isolantes acústicos como lã de rochas nas paredes, forros acústicos e contrapiso elevado. Além disso, há a questão do ruído que ingressa no espaço através dos fechamentos mais frágeis, como por exemplo, as janelas; em relação a isso, pode-se considerar o uso de materiais que isolem acusticamente o ambiente interno, como por exemplo, o uso de vidros duplos nas esquadrias, com camada de vaco entre eles. Tais diretrizes asseguram a liberdade no momento de parir sem restrições ou controles. NÍVEIS DE RUÍDOS EM AMBIENTES HOSPITALARES Ambientes dB (A) NC Apartamentos, Enfermarias e Berçários 35-45 30-40 Laboratórios e Áreas para uso público 40-55 35-45 50 Serviços 45-55 40-50 Tabela 06: Níveis Ruídos Ambientes Hospitalares Fonte: NBR 10152. Elaborada pela autora. 4.7 RESOLUÇÃO REGULAMENTADORA PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO A Resolução RDC nº 50 (2002) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamenta o planejamento de estabelecimentos assistenciais de saúde. Sendo assim, a resolução salienta que as unidades de atendimento humanizado e de qualidade exclusivas ao parto normal, de configuração isolada, ou seja, extra- hospitalar, devem ter como referência um hospital que acessível em no máximo em uma hora. Nesse âmbito, ressalta-se o Hospital São Francisco de Assis, aproximadamente a 200 m do terreno de projeto, e o Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes, a cerca de 20 km do terreno de projeto, que possui centro cirúrgico e UTIs. Ainda sobre a resolução, a limpeza e salinização de pisos, paredes, tetos, pias e bancadas deve seguir as normas do manual de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde (BRASIL, 1994). Sendo assim, os materiais adequados para as áreas críticas e semicríticas são aqueles com superfícies monolíticas, de menor número possível de ranhuras, com índice de absorção menor que 4%, como por exemplo, algumas marcas de piso vinílicos em manta, porcelanatos com rejunte de base epóxi e pisos de alta resistência que contenha epóxi na sua composição moldados in loco. Por último, não poderá haver tubulações aparentes em paredes e tetos, para que fiquem protegidas do impacto da lavagem e uso de desinfetantes. Em ambientes críticos, ambientes cirúrgicos ou similares, é proibido o uso de forros falsos, por razões de manutenção. As banheiras terapêuticas, existentes na proposta do Centro de Parto Normal, devem ser compostas por um material, que quando esgotadas, não fique resíduo de água em suas superfícies. 5 DIRETRIZES PROJETUAIS Com o conhecimento obtido até este ponto do trabalho, se elaborou as diretrizes de projeto. A NBR 9050 (2012), o Plano Diretor e o Código de Obras de Santo Amaro da Imperatriz deram base para o pré-dimensionamento da edificação. 51 5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ-DIMENSIONAMENTO O programa de necessidade elaborado para a edifício é embasado nas orientações do Ministério da Saúde através do Plano Cegonha para a elaboração de projetos para Centro de Parto Normal (CNP); e na Resolução RDC nº 50 (2002) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que regulamenta o planejamento de estabelecimentos de saúde, incluso os CNPs. A Tabela 07 apresenta o programa de necessidades na seguinte forma: os nomes dos ambientes, quantidade, uma breve descrição do uso, a respectiva área, por fim, as instalações obrigatórias em alguns ambientes. SETOR / AMBIENTE QUANTI DADE DESCRIÇÃO ÁREA (m²) INSTALAÇÕES SOCIAL Sala Recepção e Registro 1 Recepção e sala de espera e registro das parturientes. 35,00 - Sala Multiuso 4 Espaço multiuso para encontros e palestras. 30,00 HF Sanitário Apoio 2 Sanitários de apoio ao social com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. 2 x 2,50 HF Sub-total: 70,00 SAÚDE Sala de Exame 2 Sala de exame de Pré-Natal, Pós- Natal e admissão de parturientes. 2 x 12,00 HF; QF Sanitário Anexo Exame 2 Com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. 2 x 2,50 HF; QF Posto de Enfermagem 1 Realizar relatórios de enfermagem e registro de parto e arquivamento. 12,00 HF Sala de Serviço 1 Procedimentos de apoio a enfermagem. 5,70 - Sala de Utilidades 1 Recepção, lavagem, descontaminação e abrigo temporário de materiais e roupas sujas. 6,00 HF Área de deambulação 1 Deambulação e estar das parturientes e acompanhantes, provida de área verde preferencialmente coberta. 30,00 - Sala Coleta Leite Materno 1 Coletar Leite Humano (colostro, leite de transição e leite maduro) e armazenamento. 25,00 HF Sala assistência ao RN. 1 Procedimentos efetuados após nascimento do RN. 8,40 HQ; HF; FO; EE Quarto PPP 5 Projetado a fim de proporcionar a parturiente o bem-estar e segurança, permitindo a 20,00 HQ; HF; FO; EE 52 participação de acompanhante em todo o processo. Sanitário Anexo PPP 5 Com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. 5 x 4,80 HF, HQ, ADE Sub-total: 240,10 SERVIÇOS APOIO Cozinha / Despensa 1 Preparo das refeições das parturientes e acompanhantes. 12,00 HF; HQ Refeitório 1 Realização de refeições e lanches fora dos quartos. 12,00 - Pré-Higienização 1 Pré-higienização de alimentos recebidos. 2,00 HF; HQ Lavanderia 1 Lavagem e secagem de roupas da instituição. 5,70 HF; HQ Rouparia 1 Armazenagem das roupas da instituição. - - Depósito Mat. Limpeza 1 Armazenagem de material de limpeza. 4,15 - Depósito Equipamento 1 Armazenagem materiais e equipamentos. 3,15 - Dep. Mobiliário 1 Armazenagem de macas e cadeiras de rodas. 15,00 - Sala / Copa Funcionários 1 Destinado ao descanso e refeições dos funcionários. 16,00 HF; AC Quarto Funcionários 2 2 x 12,00 AC Sanitário e Vestiário Funcionários 2 Modulo feminino e masculino. Com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. 2 x 3,90 HF; HQ; ADE Depósito de Lixo 1 Separação e armazenagem do lixo. Acesso externo. 17,00 HF Sub-total: 118,80 ADMINISTRAÇÃO Administração 1 Administração do centro 20,00 - Sala de Reunião 1 Local de reuniões para até 12 pessoas 25,00 - Sub-total: 45,00 ESTACIONAMENTO Automóveis 20 Vaga para automóveis 12,50 x 20,00 - Ambulância 1 Vaga para motocicletas 2,5 - Sub-total: 270,00 PAREDES/CIRCULAÇÕES (+30%) 142,70 TOTAL: 616,17 LEGENDA INSTALAÇÕES: HF - Água Fria HQ - Água Quente ADE -Leiaute equipamentos FO - Oxigênio EE -Elétrica de Emergência AC - Ar Condicionado Tabela 07: Programa de Necessidade e Pré-dimensionamento Fonte: Elaborada pela autor. 53 5.2 FLUXOGRAMA E SETORIZAÇÃO Para a organização dos setores e dos fluxos, criou-se um fluxograma, conforme a Figura 44, com os cinco principais setores do centro, possibilitando a visualização da articulação entre os mesmos através de acesso público ou controlado. Figura 44: Fluxograma e Setorização Fonte: Elaborada pela autora. 54 Os setores basicamente se distribuem em dois pavimentos, no térreo, ficam o setor de social junto ao estacionamento de acesso público, a administração e o acesso ao setor de serviço; no pavimento seguinte, encontram-se o setor de saúde e serviços. Tal configuração pode ser vista na Figura 45. 5.3 IMPLANTAÇÃO Implantado entre duas ruas, o Centro de Parto Normal (CPN) estabelece uma relação de valorização ao pedestre por criar na sua principal Fachada, voltada para a rua Quinze de Janeiro, um espaço público de convivência. Ela, também recebe o acesso de pedestres, carros, ambulância em caso de emergência e o principal acesso a edificação. Na fachada voltada para a rua São João, devido à forte inclinação naquele ponto do terreno, restringiu-se o acesso ao setor de serviço, carga e descarga, acesso a edificação e um espaço de lazer externo a edificação para as parturientes, familiares e demais visitantes. Tal configuração de acesso pode ser vista também na Figura 45. A localização dos setores fez-se decorrente das condicionantes locais do terreno como, por exemplo, a administração, sala multiuso, e os quartos PPP orientados à fachada nordeste; o estacionamento e salas de exames orientados a sudeste; e os serviços de apoio voltados à sudeste. 55 Figura 45: Implantação, Acessos e Setorização Fonte: Elaborada pela autora. 56 Para o a inserção da edificação no lote com forte inclinação na Fachada voltada para a Rua São João, criou-se om Platô, mantendo o mesmo nível do terreno voltado a Rua 15 de Janeiro, com isso foi-se necessário inserir o uso de muro de contenção não apenas para o recorte da terra no platô, mas também para o movimento de terra necessário para a abertura do acesso de pessoas e automóveis em serviço. O Platô pode ser visto no corte longitudinal abaixo, representado pela Figura 46. Figura 46: Corte longitudinal do terreno de projeto Fonte: Elaborada pela autora. 5.4 VOLUMETRIA A volumetria da edificação parte do programa de necessidades, pré- dimensionamento mínimo dos ambientes e o fluxograma, ambos apresentados anteriormente. Logo, a volumetria resulta em um prisma retangular, qual tem dois balanços sitiados nas extremidades da edificação, consequências de um processo de subtração da forma, conforme observado na Figura 47, e 50, 51, 52 e 53 em Anexo . A iluminação natural acontece através de um jardim de inverno localizado no centro da edificação, consequência também de um processo de subtração. Todo o processo volumétrico foi decorrente as condicionantes locais do terreno, visando maior aproveitamento da insolação e ventilação aos ambientes internos da edificação. Como solução de proteção à chuva, no jardim de inverno, foi proposta a proteção por lanternim, aberto nas laterais (com formato a definir), visando melhor aproveitamento dos ventos. 57 Figura 47: Estudo Volumetria Fonte: Elaborada pela autora. Por meio de linhas retas, texturas suaves e uso de materiais aparentes, cria- se a intenção de deixar o volume esteticamente aconchegante às gestantes e parturientes, com a proposta de se diferenciar do estereótipo ao qual estão dispostas as estruturas hospitalares. Nessa fundamentação, conforme observado na Figura 48, faz-se o uso de concreto armado com cimento Portland branco estrutural em textura lisa, nas paredes inferiores e no restante da estrutura aparente; o uso de forro de madeira natural (sistema macho e fêmea), na parte inferior no interior de edificação e nas varandas formadas pelos balaços; por conseguinte, se propõe o uso de placas (sistema e designer a definir) com a função de revestir as paredes superiores externas e dar proteção solar às janelas; e, por último, as placas de identificação e a logo da proposta de projeto fez-se em aço corten recortado. Figura 48: Revestimentos Volumetria Externa Fonte: Elaborada pela autora. 58 5.5 ESTRUTURA O sistema construtivo se define por três Planos de laje, nervurada no subsolo e térreo, e laje maciça na cobertura e vigamento invertido em concreto protendido, visando à sustentação dos balanços de aproximadamente quatro metros e meio, com auxílio de tirantes entre as duas lajes sobre uma malha de pilares e fechamento em cimento Portland branco, conforme a Figura 49 abaixo. Figura 49: Estrutura da volumetria Fonte: Elaborada pela autora. 59 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para a proposta de projeto do edifício do Centro de Parto Normal em Santo Amaro da Imperatriz foram utilizados conhecimentos necessários, os quais auxiliaram na elaboração desse trabalho. Além disso, tais conhecimentos respondem aos requisitos indispensáveis ao funcionamento do Centro. A revisão teórica embasou as diretrizes projetuais preliminares, as quais permitiram caracterizar um Centro de Parto Normal a partir de Centros de Saúde, fazer uma análise sobre a inserção urbanística do Centro, bem como da forma e composição urbanística desta tipologia e do levantamento e análise da área, responsáveis por fornecer o conhecimento necessário sobre sua implantação, condicionantes e inclusive a legislação. O lote escolhido para o local de intervenção está próximo ao comércio do município, visando servir como apoio aos pacientes e visitantes. A proposta, por meio do devido tratamento de espaço, tem por objetivo favorecer o convívio e valorizar o pedestre. Percebe-se ainda a preocupação pela humanização da realização de parto normal, por meio de um ambiente que favoreça o conforto acústico e térmico, tanto de pacientes como de visitantes. Isso se tornou possível, pois houve uma pesquisa a respeito dos materiais e sistemas construtivos mais adequados ao desenvolvimento desse projeto. 60 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DA VIGILÂMCIA SANITÁRIA, Resolução –RDC nº 50, de 21 Fevereiro de 2012. Acesso em: ARCHITECTURELOVER. Janeiro, 2008. Disponível em: . Acesso em: 17 abr. 2016 BADIA, Jordi. Acesso em: . Acesso em: 22 abr. 2016. BORTOLUZZI, Camila. Agosto, 2012. Acesso em: . Acesso em: 22 abr. 2016. CHING, Francis D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. São Paulo: Martins Fontes, 2002. CLARK, Roger H.; PAUSE, Michael. Precedents in architecture: analytic diagrams, formative ideas, and partis. 3. ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2005. CLIMATE, DATA: Acesso em: . Acesso em: 27 mai 2016. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. Normas de Segurança Contra Incêndios: Decreto Estadual nº 4.909, de 18 Out 1994. Disponível em: . Acesso em:17 maio 2016. ONDISENO. Julho, 2012. Acesso em: < http://www.ondiseno.com/proyecto.php?id=1850 Acessado em 23 abr. 2016. ESTEVENS, Ana Isabel Ricardo Pato. As Expressões Geográficas do Conflito Urbano. Os casos de Raval (Barcelona) e da Mouraria (Lisboa). 2014. 412 f... (Doutorado em Geografia) – Universidade de Lisboa, Lisboa. FREARSON, Amy. Junho, 2012. Acesso em: . Acesso em: 23 abr. 2016. IBGE, Acesso em: . Acesso em: 05 mai. 2016. LEAL, Ledy Valporto. 2008. Acesso em: . Acesso em: 16 abr. 2016. 61 MONTERO, Jorge Isaac Perén. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Estudo dos Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio De Janeiro. 2006. 262 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2006. PMSAI. Plano Diretor e Código de Obras. Acesso em: Acesso em: 25 abr. 2016. PORTAL SANTO AMARO, 2016. Acesso em: . Acesso em: 05 mai. 2016. NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 5ª edição. 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Acesso em: 17 abr. 2016. 62 ANEXO Anexo 01 Figura 50: Estudo Fachada Noreoeste Fonte: Elaborada pela autora Figura 51: Estudo Fachada Sudeste Fonte: Elaborada pela autora Figura 52: Estudo Fachada Sudoeste Fonte: Elaborada pela autora Figura 53: Estudo Fachada Nordeste Fonte: Elaborada pela autora